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domingo, 29 de novembro de 2015

O HOMEM NADA POSSUI - Dr. B. Gunawardena, F.R.C



Dr. B. Gunawardena, F.R.C

No lado leste do meu quarto de dormir há um conjunto de residências suntuosas. Elas dão prova da moderna e faustosa maneira de viver, são habitadas por pessoas muito ricas.  Proporcionam determinado prazer material e têm a finalidade de fortalecer um pretenso sentimento de bem-estar dos indivíduos.

Elas me fazem lembrar, todavia, que, nas mutantes cenas da vida, a Natureza jamais vende qualquer coisa, nem cede definitivamente. Ela apenas empresta ao Homem, temporariamente, aquilo que possui. Nada possuo no universo – nem qualquer outro homem.



Analisemos esta ocorrência. Há pouco tempo, ali existia uma fileira de casas simples. Meus vizinhos eram, então, um peixeiro, um curandeiro e um empregado de lavanderia. Eram pessoas pobres, porém felizes.

Havia sempre felicidade e sorrisos em seus rostos. No emaranhado de árvores ali existentes, esquilos, corvos, pegas, papagaios e outros pássaros menores ruidosamente se engalfinhavam, conversavam e cantavam.  As crianças dos meus vizinhos brincavam à sombra, cantando e dançando com a maior alegria.



Um belo dia, o capitalista que comprou as casas resolveu fazer algo que lhe proporcionasse maior lucro, mas, o quê? Assim que os antigos habitantes saíssem, derrubaria as casas e lotearia o terreno. Tão logo meus vizinhos se mudaram, as casas foram demolidas.

As árvores foram arrancadas e vieram os tratores para nivelar o terreno, levantando nuvens de pó. Não mais havia a presença de sons agradáveis dos meus pobres, mas felizes vizinhos. As árvores desapareceram. Não mais se via crianças para dançar e cantar à sombra agradável que antes projetavam. Os pássaros e esquilos emigraram para outras partes, em busca de matas, pois, nas residências novas e suntuosas, elas não existem.



Chego, agora, à janela do meu quarto, olho para o leste e ali vejo um bloco de residências luxuosas. Elas também fazem parte das dádivas da Natureza. Elas me fazem pensar, todavia, que são apenas temporárias. A Natureza nunca vende o que quer que seja, definitivamente: o Homem jamais realmente possuirá alguma coisa neste universo. Lembro-me disso e expresso gratidão.



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